> - Os Lusíadas... com outras palavras!
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> As sarnas de barões todos inchados
> Eleitos pela plebe lusitana
> Que agora se encontram instalados
> Fazendo aquilo que lhes dá na gana
> Nos seus poleiros bem engalanados,
> Mais do que permite a decência humana,
> Olvidam-se de quanto proclamaram
> Em campanhas com que nos enganaram!
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> II
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> E também as jogadas habilidosas
> Daqueles tais que foram dilatando
> Contas bancárias ignominiosas,
> Do Minho ao Algarve tudo devastando,
> Guardam para si as coisas valiosas…
> Desprezam quem de fome vai chorando!
> Gritando levarei, se tiver arte,
> Esta falta de vergonha a toda a parte!
>
> III
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> Falem da crise grega todo o ano!
> E das aflições que à Europa deram;
> Calem-se aqueles que por engano…
> Votaram no refugo que elegeram!
> Que a mim mete-me nojo o peito ufano
> De crápulas que só enriqueceram
> Com a prática de trafulhice tanta
> Que andarem à solta só me espanta.
>
> IV
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> E vós, ninfas do Douro onde eu nado
> Por quem sempre senti carinho ardente
> Não me deixeis agora abandonado
> E concedei engenho à minha mente,
> De modo a que possa, convosco ao lado,
> Desmascarar de forma eloquente
> Aqueles que já têm no seu gene
> A besta horrível do poder perene!
Amiga...(...) Obrigada!